Estando a escola inserida num contexto onde o imperativo social é a tecnologia, é importante analisarmos a relação entre escola e tecnologia, objetivando a construção de uma sociedade em que todos possam estabelecer diálogos em igualdade de condições e capacidade para tomar decisões que levem a mudanças futuras na sociedade.
As crianças da atualidade já nascem dentro deste contexto de mudanças e avanços tecnológicos, cabendo aos professores e escola acompanhar esse desenvolvimento. A implantação dos laboratórios de informática através de um programa de informática educacional pensada e planejada para romper paradigmas e inserir a escola no mundo tecnológico, propicia um novo olhar e um novo fazer dentro desta realidade.
Alguns pontos merecem destaque dentro deste programa de informática educacional.
O primeiro deles é os uso de software livre dentro dos laboratórios de informática montados numa parceria entre a prefeitura municipal de Fundão e o governo federal através do PROINFO – MEC que utilizam o sistema Linux Educacional promovendo o uso de ferramentas gratuitas com liberdade para criar, modificar, copiar, incentivando assim a criatividade e a pesquisa.
Outro ponto de destaque é a formação do professor, independente da sua remuneração e condições de trabalho, precisa ter conhecimento da sua área de formação, bem como, buscar constante atualização do mesmo. É uma questão de responsabilidade. O processo formativo adequado é necessário porque vai refletir diretamente na sala de aula, espaço físico onde acontece a interação do professor com o aluno e o saber. Adequar o conteúdo que o aluno deve aprender, com o trabalho escolar munido da didática correta torna-se um desafio para o docente.
Isso pressupõe a proximidade que o professor deve manter com uma proposta cada vez mais interdisciplinar, segundo a qual os diversos ramos do conhecimento estão entrelaçados. Assim, torna-se fundamental uma formação em Tecnologias Educacionais para propiciar ao professor conhecimentos necessários para o uso dessas ferramentas no processo ensino-aprendizagem. É preciso querer e saber utilizar os recursos didáticos, tecnológicos ou não, de forma que, ao vivenciar tais recursos durante suas aulas, possam se posicionar adequadamente sobre eles, validando-os ou descartando-os, mas demonstrando maturidade em suas atitudes.
Destaca-se que o programa visa primordialmente o atendimento aos alunos do ensino fundamental e a formação do professor. Porém, trata-se de uma proposta que amplia horizontes incluindo segmentos da comunidade escolar como a educação infantil, educação inclusiva, EJA, além de segmentos da sociedade como funcionários e pais.
Sob uma outra perspectiva, é importante avaliar o aspecto inclusivo proporcionado pelo acesso à informática, pois na velocidade em que se sucedem os avanços tecnológicos, será impossível, em pouco tempo, uma leitura do mundo no qual estamos circunscritos, como já o é na atualidade uma pessoa analfabeta. Portanto, se a educação deve ser o meio de inserção do cidadão à sociedade, é inconcebível que sua efetivação se dê dissociada da inclusão digital. Assim, justifica-se também, a necessidade de implantação de cursos que possibilitem aos cidadãos esse envolvimento no mundo tecnológico diminuindo as distâncias da exclusão digital.
